A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford — e que deve começar a ser aplicada na população brasileira na semana que vem — demonstra eficácia de 70% já na primeira dose, afirma a coordenadora no Brasil dos ensaios clínicos do imunizante, Sue Ann Costa Clemens.
A carioca, professora e diretora do Grupo de Vacinas da Universidade de Oxford, explica que ainda não é possível dispensar a segunda dose da vacina, por falta de estudos que demonstrem a durabilidade dos anticorpos adquiridos na primeira aplicação. Mas, pelos ensaios clínicos, já ficou comprovado que a segunda dose pode ser dada três meses depois da primeira, elevando a eficácia para mais de 80%.
O intervalo de tempo maior permite proteger um número maior de pessoas mais rapidamente — enquanto as primeiras doses são usadas, a Fiocruz, parceira de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca, se encarrega de fabricar mais vacinas, capazes de prevenir em 100% as formas graves da doença e a hospitalização. A previsão da fundação é produzir 210 milhões de doses neste ano.