Com apenas 30 anos, o padre Renan Censi assumiu o desafio de tomar conta da paróquia mais antiga do Brasil e um dos principais patrimônios históricos de São Vicente: a Igreja Matriz. A força da sua juventude, como o JV noticiou em 25 de maio de 2017, começou a atrair mais fiéis, melhorar o entorno da igreja e contribuir ativamente com a comunidade por meio de trabalhos sociais.
E os vicentinos e toda paróquia São Vicente Mártir pode ficar tranquilo: No mês de fevereiro, quando comemorou seis anos no local, ele também teve a confirmação pela Diocese que continuará sua missão na Matriz por mais seis anos.
Em entrevista ao Jornal Vicentino, ele conta sobre os desafios encontrados neste período, como a pandemia de Covid-19, o seu dia a dia e suas metas para os próximos anos.
JV – Padre Renan, após seis anos na Igreja Matriz, você confirmou mais seis anos à frente da paróquia. Como aconteceu a “renovação” dessa responsabilidade?
No mês de novembro, nosso bispo apresentou algumas necessidades pastorais a serem encaminhadas. Posteriormente, conversou pessoalmente com a proximidade do vencimento da provisão e perguntou se eu gostaria de ficar. Em função dos dois anos de pandemia, nosso agir pastoral ficou comprometido. Após rezar e perceber um clima positivo para permanência, coloquei o desejo em permanecer, mas se fosse necessário sair, pela obediência, atenderia. Estamos para servir a Diocese.
JV – Quais os grandes desafios para os próximos seis anos?
Com a pandemia, o jeito de viver a religiosidade para algumas pessoas mudou. Percebemos que vários jovens não retornaram para a Igreja. Precisamos resgatá-los e sempre reavaliarmos a estrutura para perceber o que podemos fazer para evangelizar nos tempos atuais. Também gostaria de iniciar a edificação da comunidade Santo Antônio, no Parque Bitaru, onde iniciamos nesta primeira provisão.
JV – Qual a diferença do Padre Renan atual para o que assumiu a paróquia há seis anos?
Quando assumi o ofício desafiador de ser pároco da primeira paróquia do Brasil, busquei conhecer as realidades e focar nas demandas que apareciam. Algumas pessoas pensavam que eu era muito novo e sem experiência no ministério para a missão. E isso fez com que me desafiasse para suprir estas realidades encontradas. Hoje, com quase sete anos de padre e por viver intensamente na vida paroquial, conheço a realidade. Sei aquilo que posso propor e que o povo vai responder positivamente.
JV – Conseguiu atrair de volta os fiéis para a Igreja Matriz?
Considero êxito nesta missão. Houve aumento de participação de fiéis em nossas missas, na procura dos sacramentos, principalmente no batismo. Coloquei mais horários de missa para acomodar melhor os fiéis. Busco ser parceiro das instituições e do poder público para fomentar melhorias. Recentemente, criamos várias iniciativas para as crianças dos abrigos, com crescimento também na distribuição de cestas básicas. As pessoas trazem suas necessidades e eu busco como poder ajudar.
JV – Estruturalmente, a igreja passou por obras ou está necessitando de intervenções?
A igreja Matriz é um patrimônio tombado. Busco zelar pela conservação. Nestes seis anos restauramos algumas peças e fizemos algumas melhorias. Como é utilizado cal nas paredes, penso que precisamos aplicar por dentro e por fora, para deixá-la ainda mais bela, além da manutenção no telhado. A capela Aparecida no Japuí passou por obras internas e externas e também fizemos aquisição de dois espaços para edificação da comunidade Santo Antônio.
JV – Como foi enfrentar esse momento de pandemia?
Os primeiros dias da pandemia foram difíceis para todos. Perceber a angústia dos fiéis de não conseguir sair de casa para vir às missas, comungar, receber as notícias das pessoas com vírus, agravamento das doenças e óbitos, sem poder dar o conforto espiritual às famílias. Com o isolamento social, muitas senhoras ficaram sozinhas em casa e isso fez com que ficassem abatidas, depressivas. Comércios fechando, hospitais cheios, um cenário de calamidade. Como igreja buscamos nos modernizar, promover lives, celebrar a Santa Missa diária com transmissão e fazer com que as famílias pudessem se sentir amparadas nas suas casas. Ampliamos a nossa comunicação, reuniões virtuais e assim conseguimos passar por estes períodos mais críticos. A primeira missa com retorno dos fiéis foi marcada por grande emoção de todos. Sabemos que a pandemia não acabou. Continuamos a manter o cuidado com a saúde nos nossos templos.
JV – Você é jovem, seria legal contar como é sua rotina. Quais são suas atribuições e o que gosta de fazer?
Hoje sou pároco da Igreja Matriz, com duas comunidades, administrador da paróquia São João Batista, em Santos, com mais duas comunidades e reitor da reitoria Nossa Senhora do Amparo. Além dos ofícios paroquiais, tenho alguns a nível diocesano: assessor da liturgia, ministro extraordinário da sagrada comunhão, cerimoniário do bispo, a pastoral presbiteral e participação em alguns conselhos. Fora a vida eclesial, coloquei como propósito o cuidado com a saúde, buscando a prática esportiva diária. Também gosto de cultivar boas amizades e encontrar tempo para estar com elas e com a família!
JV – Você se considera um padre politicamente ativo, que faz reivindicações para melhorar a Cidade?
Sim! Penso que o caminho é sempre unir forças para o bem comum. Busco ser parceiro do poder público para buscar melhorias na vida do povo. Quando tenho uma ideia, vejo um problema em um bairro específico, uma demanda que surgiu, procuro encaminhar para o benefício do povo vicentino e dos turistas.
JV – Como vê esses novos contornos que o Papa Francisco está dando à Igreja Católica?
O Papa Francisco busca acompanhar as realidades da sociedade e se posicionar de acordo com aquilo que Cristo fazia. Algumas atitudes de Jesus causavam repercussão, advertências. O Papa sensível a acolher as necessidades do povo, busca fazer aquilo que Jesus faria. Gosto dos seus posicionamentos e lamento manifestações contrárias ao seu pontificado.
JV – Como você espera ver a Igreja Matriz daqui há seis anos?
Gostaria de ver sempre a nossa comunidade com esta vocação de ser matriz, de ser mãe, de acolher todas as necessidades dos nossos fiéis. Ver os nossos paroquianos crescendo na fé e buscando ser melhores a cada dia. Que as crianças e jovens possam encontrar
Frequento a igreja a mais de 1 ano.
Vou toda última quarta feira do mês
E sinceramente, não gosto de como ele rege a missa.
Não tem carisma nenhum
E as vezes fala umas coisas que eu fico besta em ouvir.