O menino de 9 anos, Wendel Gomes Rabelo dos Santos, vivenciou a experiência de tentar retirar uma pipa que ficou presa na fiação elétrica. Ele estava com todo o equipamento de segurança e, ao tentar retirar o brinquedo, houve um clarão e a simulação de um curto circuito nos fios.
Tudo isso foi feito com a máxima segurança, num ambiente controlado, mas o menino disse que, ainda assim, ficou com medo. “Fiquei com medo na hora que pegou “fogo”. Porque na hora que eu puxei a pipa saiu uma faísca. Eu estava com luvas, óculos e capacete. Aprendi que quando a pipa fica presa no fio, a gente tem que deixar pra lá e não tentar tirar. É muito perigoso!
Foi assim, de uma forma prática, a tarde de aprendizado e troca de experiências realizada nesta terça-feira (15), na escola municipal Mário de Almeida Alcântara (Valongo), onde foi lançado o projeto Guardião da Vida, de orientação sobre os riscos de empinar pipa com cerol. O programa é promovido pela CPFL, em parceria com a Secretaria de Educação (Seduc), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal.
Os alunos receberam material educativo como gibis e jogos, que vão ser utilizados em sala de aula pelos professores. O projeto será desenvolvido em oito escolas da rede municipal e envolverá cerca de 4.200 estudantes. Por meio de apresentações e maquetes, os estudantes conhecerão os perigos do cerol e também receberão dicas para evitar acidentes na hora de empinar pipa, como brincar próximo às redes elétricas e vias urbanas, por exemplo. O objetivo é que eles se tornem multiplicadores dessas informações.
Neste ano, o projeto, que tem nove anos, voltou a ser aplicado de forma presencial, como e explica o coordenador de serviço de campo da CPFL, Estevão Sérgio Ferreira. “Nesse período de pandemia, a gente procurou continuar o trabalho pelas redes sociais, campanhas na TV, em rádio e todas as mídias. Muitas crianças que brincam com pipas e já participaram das nossas formações, em anos anteriores, reconhecem a nossa equipe e sempre comentam sobre os perigos da pipa. Com a volta ao presencial, a expectativa é de que haja um reforço maior dessas informações”, confia Estevão.
Para a diretora da unidade, Ivone Barros Dantas, o projeto é muito importante para evitar acidentes. “Eu empinei pipa muitas vezes e nunca soube sobre os perigos, até porque empinava em lugares distantes da rede elétrica. Mas os alunos estão tendo essa oportunidade de saber sobre esses perigos, porque o choque elétrico pode ser irreversível”, explica.
O orientador educacional da Guarda Civil Municipal, Lucas Ponte, também comemorou a volta presencial do projeto. “Com esse retorno, podemos fazer com que os alunos entendam que têm que tomar cuidado, que têm que ter muita responsabilidade na hora de empinar pipa e falamos também sobre o uso do cerol, que é considerado um grande perigo, porque pode provocar acidente, pode até matar”, salienta Lucas. Além disso, os pais ou responsáveis pelos menores podem ser multados com o valor de um salário mínimo e o material apreendido.
Segundo levantamento da CPFL Piratininga, Santos registrou aumento de ocorrências envolvendo pipas e fornecimento de energia nos últimos dois anos. Foram 65 casos no primeiro semestre de 2021 ante 62 no mesmo período do ano retrasado.