Região

Pacientes com sequelas de covid-19 iniciam tratamento em Santos

“Sempre fui muito ativo e meu preparo físico era bom. Hoje não consigo andar 20 metros sem fazer uma pausa, isso acabou me levando à depressão”. O desabafo é do aposentado José Lopes Cunha, de 71 anos, que ficou quase um mês internado com o novo coronavírus e, nesta sexta-feira (7), iniciou fisioterapia focada na recuperação de pacientes que tiveram covid-19. O serviço foi criado a partir da ampliação da Seção de Recuperação e Fisioterapia (Serfis), no Centro Integrado de Especialidades e Reabilitação (Cier), inaugurado no final de 2020.

No caso de José, a reabilitação é necessária devido não só às diversas consequências que o acompanharam após a internação como fadiga, dor nas articulações e a parte psicológica, mas também pelas comorbidades pré-existentes como problemas cardiovasculares e diabetes.

Cunha foi internado em junho do ano passado no Pronto-Socorro da Zona Leste em razão de um infarto, e logo diagnosticado com pneumonia bacteriana, que se revelou como a infecção pelo novo coronavírus em uma tomografia. O aposentado foi transferido para o Complexo Hospitalar dos Estivadores, onde recebeu os primeiros cuidados e, após alguns dias, voltou para casa, onde continuou em isolamento. Agora, iniciou a reabilitação para diminuição das sequelas e demonstra confiança no tratamento. “Tenho certeza de que será benéfico para todos nós que contraímos esse vírus, é um serviço maravilhoso do qual todos estamos precisando”.

GRUPOS DE REABILITAÇÃO

A Seção de Recuperação e Fisioterapia (Serfis) atende pessoas com sequelas de internação pela covid-19, sejam respiratórias, musculares ou emocionais. Os pacientes, encaminhados de outras unidades da rede municipal de saúde, são divididos em grupos de cinco pessoas que se encontram uma vez na semana. Atualmente, são três grupos ativos: às quintas-feiras à tarde e
às sextas, pela manhã e também pela tarde.

A Serfis iniciou as atividades gerais na última segunda-feira (4). Para os casos de reabilitação de covid-19, mais de 30 pessoas já passaram pela avaliação inicial, podendo ou não ser encaminhadas para novos grupos de reabilitação. “Na avaliação nós vemos se o paciente está apto a seguir a vida normalmente ou se necessitará de algum tipo de suporte da unidade. Mesmo aqueles para quem damos alta, na verdade é uma alta supervisionada, já que ligamos uma vez por mês, durante três meses, para ver como o paciente está e se realmente não precisará retornar”, explica a fisioterapeuta e coordenadora técnica da Serfis, Lúcia Helena dos Santos e Silva.

O Cier foi inaugurado no dia 29 de dezembro de 2020 (https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/santos-ganha-centro-integrado-de-especialidades-e-reabilitacao) e funciona de segunda a sexta, das 7h às 17h. Devido à pandemia, opera com capacidade reduzida, realizando, em média, 250 atendimentos por dia.

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