Região

Música ao vivo e novas atrações impulsionam o happy hour no Centro Histórico de Santos

Nada como relaxar entre amigos após o final de um dia de trabalho. Inclua nesse cenário a facilidade de chegar a um lugar diferente sem precisar de carro, nem transporte público ou por meio de aplicativo. Sim, isso é possível e se tornou a nova aposta de comerciantes do Centro Histórico de Santos, que estão de olho no novo momento e no potencial da região. Eles oferecem agora happy hour e programação noturna com música ao vivo para quem quer curtir o final do expediente na área central da Cidade.

O Café Carioca entrou na onda e às quintas e sextas oferece, das 17h às 20 horas, música para agregar animação ao papo que já rola solto na casa. Afinal, são mais de oito décadas fazendo história na Praça Mauá, 1 – endereço que já é tradição no Município.

Para marcar a novidade, que começou há duas semanas, haverá uma série de promoções em bebidas e porções, avisa Carlos Alberto Ramires, um dos donos do estabelecimento. “A gente tem que se atualizar. Já havia algumas pessoas que ficavam até as 20h tomando uma cervejinha. Decidimos agora colocar uma música. Daí está vindo mais gente. Acho que está dando certo”.

A estagiária de automação Bárbara Neves, 27 anos, que o diga! Ela já se rendeu à novidade e agora tenta atrair os amigos que trabalham no Centro ou mesmo em outras regiões da Cidade para curtir um pastel com cerveja e música. “Saí do trabalho e vim direto. Andei três minutos para chegar aqui. Muito melhor do que ter de pegar carro ou Uber. Acho que deveria ter mais espaços assim no Centro. Já estou convidando todo mundo”.
Cliente há mais de 20 anos do Café Carioca, o agente administrativo Cláudio Gameiro, 56 anos, também aprovou a ideia. Ele costuma ir diariamente ao local e agora tem mais motivos para isso. “É ótimo sair e encontrar um lugar assim, com música para acompanhar uma cerveja, comer um petisco e relaxar. Olha o movimento que deu. Chamou a atenção”.

Quem dá o tom é Mano Jotta. Com violão nas mãos e voz suave, ele mescla clássicos e músicas mais atuais da MPB. Há 20 anos tocando profissionalmente, o cantor diz que a expectativa é grande porque vê o público querendo retomar a vida e isso abre as portas para os artistas. “É o começo de uma nova era para todo mundo. Os empresários têm que se reinventar e a música sempre alegra o ambiente e agrega pessoas. Espero que essa onda venha para ficar”.

Mano Jotta está sendo considerado o “pé de coelho” no Café Carioca, diz Luzia Carvalho, também proprietária da casa. Foi ele o primeiro a tocar na estreia do happy hour. E, para ela, esse é somente o começo. “O potencial do Centro é enorme e esperamos que o movimento, que já dá ótimos sinais, cresça ainda mais quando os estudantes da Unifesp chegarem ao Centro”.

Serviço

Quando: quintas e sextas, das 17h às 20h.

Música ao vivo: sim

Couvert artístico: não

Espaço kids: não

Entrada: não

Endereço: Praça Mauá, 1

O Café e Restaurante Mauá já vem contagiando muita gente com música ao vivo e cerveja gelada como atrativos para os finais das tardes de quinta e sexta-feira no Centro. A retomada ocorreu há cerca de três meses, conta o gerente Renan Porchat Gregório Solla.


A ideia é justamente focar no happy hour para atrair o público que começa a voltar para as saídas pós-expediente.


O som no local só começa a rolar a partir das 20h. Mas bem antes disso já tem gente chegando em busca de uma conversa e daquele momento de esquecer do trabalho. “Temos cantores e bandas de vários estilos. Acho que a música atrai público. O Centro estava precisando de agito. Aqui já foi um ótimo lugar para se ter um comércio. Precisamos fazer esse momento voltar”, diz o gerente Renan Porchat Gregório Solla.


E, pelo número de pessoas que ocupavam as mesas ao redor do restaurante, parece que o objetivo está sendo alcançado.  A psicóloga Márcia Couto, 37 anos, faz parte da lista de clientes que têm se rendido ao happy hour. Ela conta que achou o máximo ver gente nas ruas após tanto tempo de pandemia.


“Tenho um consultório aqui há um ano. Estava tudo muito parado. Dava muita tristeza. Quando foi reabrindo, você começou a ver uma energia diferente. Agora está muito gostoso de se ver. Tem alegria no Centro e no entorno”.
O advogado Heitor Passos, 29 anos, também concorda. “Já estava na hora. Com todo mundo vacinado e respeitando as normas nos locais, não vejo problema. Essa cara mais animada no Centro é ótima. A gente estava precisando”.

Serviço

Quando: às quintas e sextas-feiras. Às 20h começa a apresentação das bandas

Música ao vivo: sim

Couvert artístico: não

Espaço kids: não

Entrada: não

Endereço: Praça Mauá, 23/24

Toda sexta-feira, a partir das 18h30, tem happy hour no Monte Serrat Santos. A diversão começa já no bondinho. O acesso ao estabelecimento vai rolando com direito a uma vista privilegiada. Ao chegar ao topo, é possível escolher um dos três ambientes instalados em um prédio que tem história a cada centímetro e está diretamente ligado ao surgimento do bonde funicular na Cidade.

“É o único modelo no Brasil que tem um trilho e movimenta dois bondes com uma bifurcação no meio. Ou seja, não são dois trilhos. São conectados por um cabo só. Ele funciona como uma balança: se o bonde vai descendo e está muito pesado, acaba puxando o equipamento que está subindo. Tem ainda uma casa de máquinas com um motor elétrico há mais de 100 anos e com tudo original”, explica o coordenador de eventos, Guilherme Izzo.

Quem prefere um ambiente ao ar livre e música ao vivo pode parar na área da cafeteria. Tem apresentação de cantores com estilos diversos, acompanhado por um drinque ou outra bebida, além de variadas porções, por exemplo. “Desde que começamos com nossa administração, nossa intenção sempre diversificar para dar espaço aos artistas da região e incentivar a cultura local”.

Neste andar, tem ainda espaço kids. Então, dá para dar uma passada para pegar os filhos em casa e curtir o início da noite em família. Subindo alguns degraus, o atrativo é a aula de dança de salão. Durante uma hora, entre 19 e 20h, é possível se aventurar a aprender alguns passos com quem sabe do assunto. No caso, o professor de dança Jimmy Faria de Luca e a equipe dele.

Depois, os professores continuam com quem estiver a fim de permanecer na pista. Mesmo os desacompanhados não ficam parados, avisa Jimmy. “Temos também os personais que tiram as pessoas para dançar também. Fica bem agradável. Os ritmos vão desde samba, bolero, forró, um pouquinho de flashback anos 70. A gente faz até uma marcação de passinhos. É para todos os gostos”.

O casal Regis Pereira de Melo, 71 anos, e Roseane Melo, 69 anos, veio ao Monte Serrat Santos de olho na aula. Eles combinaram com um grupo de amigos e chegaram animados. “É a primeira vez que a gente vem para o happy hour. O passeio começa já no bondinho, né. A expectativa é de dançar bastante e beber um pouquinho. Temos uma turma de 10 a 15 pessoas”, conta Régis. “Acho o happy hour uma boa ideia para as pessoas conhecerem o Centro, que é lindo. É uma viagem no tempo”, acrescenta Roseane.

No último andar tem ainda mais um ambiente aberto para quem quer ter uma visão especial da Cidade. “É um painel enorme para fazer fotos para o Instagram”, diz Guilherme.

 
Serviço

Quando: Sexta feira das 18h30 até as 2 da manhã

Música ao vivo: sim

Couvert artístico: não

Espaço kids: sim

Entrada: não, apenas o bilhete do bonde a R$ 23,00

Endereço: Praça Corrêa de Mello, 33, Monte Serrat

Para quem gosta daquelas comidinhas saborosas de boteco, uma boa pedida é o happy hour do Nosso Bar History, sempre a partir das 18h das sextas-feiras. Por R$ 30,00 a entrada, o visitante pode apreciar, à vontade, receitas como a polenta frita, batata chips, batata vinagrete e aquele franguinho caprichado!

“Cerca de 30% do nosso público é do happy hour. O pessoal se vacinou e está voltando a curtir a programação. Tem muita gente que sai do trabalho e vem. Alguns, até de uniforme”, conta o gerente Luiz Rodrigo Simões Capela.
Outro ponto forte no local é o espaço kids que faz o maior sucesso entre os pequenos. “É a terceira vez que venho, porque eu, meu marido e meu filho de 4 anos aproveitamos muito. Tem várias opções de brinquedos, e o Pedro Henrique adora. O ambiente é descontraído”, diz a contadora Luciana Moura, 33 anos.

E, claro, não falta música para não deixar ninguém parado. Quem comanda parte da programação é o Anderson Atração, com muito samba. Depois, tem sertanejo, axé e pop, com Bia Gil. “Está muito bom. Mas acho que as pessoas deviam vir mais. Teve a Feira de Artesanato e foi positivo. Tem que ter mais eventos e divulgar mais. Muita gente não conhece, tem medo e não é assim. Há estabelecimentos muito bons aqui”, avalia a secretária Paula Thaiana Gonçalves de Souza, 40 anos.

Se depender dos proprietários do Nosso Bar History, haverá novidades em breve. “Devemos inaugurar uma pizzaria na Rua do Comércio com espaço para umas 250 pessoas. Vai ser um estabelecimento para alavancar o Centro”, diz Luiz.

Serviço

Quando: sexta-feira, das 18h até meia-noite

Música ao vivo: sim

Couvert artístico: não

Espaço kids: sim

Entrada: R$ 30,00 (com direito à comida de boteco)

Endereço: Rua Gonçalves Dias, 16

E tem mais opções no roteiro. O Tasca do Porto, que serve pratos tradicionais da culinária portuguesa, já virou uma espécie de ponto turístico do Centro Histórico. Funciona às sextas-feiras, das 11h até meia-noite. Ele não oferece um happy hour tradicional. Mas, no restaurante, também rolam apresentações musicais com canções típicas de Portugal, sempre a partir das 20h, para acompanhar as iguarias.

O projeto noturno começou há cerca de 40 dias para sorte da secretária Andrea Barsani, 52 anos, e do engenheiro Celso Nogueira, 58 anos. Eles moram em São Paulo, mas decidiram aproveitar a noite santista em vez de sair na Capital. “Vi nas redes sociais que haveria um evento no Centro, então decidimos vir e paramos aqui para jantar, porque estava aberto. Me pareceu bem interessante e adorei”, diz Andrea. “A culinária é maravilhosa. Santos é uma cidade especial”, acrescenta Celso.

Segundo Andre Luiz Lousada, proprietário do Tasca, mais de 50% de seus clientes aos finais de semana são de pessoas que vêm de fora. Para ele, o santista precisa incentivar mais a Região Central. “Já estou no Centro há 25 anos com casa comercial. Saímos de uma casa com 100 lugares para essa, com 180 lugares. O santista não conhece a Região Central à noite. Você anda aqui à noite e é lindo”.

Serviço

Quando: sexta-feira, abre às 11h e fecha meia-noite

Música ao vivo: sim

Couvert artístico: R$ 5,00

Espaço kids: não

Entrada: não

Endereço: Rua XV de Novembro, 115

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