Região

Fábrica de Cultura 4.0 se instala na Cadeia Velha de Santos em setembro

A Casa de Câmara Cadeia Velha, no Centro Histórico de Santos, passa a ser sede, a partir de setembro, do Projeto Fábrica de Cultura 4.0, que oferecerá 100 cursos, com 2.480 vagas nas áreas de cultura, tecnologia e economia criativa. A iniciativa é do Governo do Estado e conta com apoio da Prefeitura de Santos.

O protocolo de intenções que viabiliza a instalação do projeto no edifício histórico foi assinado, nesta terça-feira (18), pelo governador João Dória e o prefeito Rogério Santos, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. O investimento é de R$ 12,5 milhões e o custeio anual é de R$ 7,4 milhões.

As atividades fazem parte do projeto de formação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado. Além das linguagens tradicionais como artes cênicas, música, audiovisual e circo, haverá também aulas de programação, robótica, animação, drones, entre outras.

“Acreditamos que a escolha da instalação da Fábrica de Cultura 4.0 foi perfeita por ser um local que faz parte de um grande corredor cultural do Centro Histórico de Santos”, comentou o governador.

O prefeito Rogério Santos também ressaltou a ampliação das opções culturais na região central da Cidade.  “Muito em breve, dentro das comemorações do aniversário de Santos, nós iremos entregar as reformas do Outeiro de Santa Catarina e da Casa do Trem. Mais dois espaços que ficarão disponíveis para nossa classe artística”.

A proposta da Fábrica de Cultura 4.0 inclui em seu projeto educacional o foco para a ‘quarta revolução industrial’, impulsionada pela convergência digital e pela economia criativa. As novas unidades do projeto terão espaço maker, coworking, bibliotech, estúdios profissionais, auditório e espaço multiúso.

Segundo a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, este mesmo conceito será adotado em todas as unidades futuras e também nas já existentes. A primeira unidade 4.0 foi aberta em outubro de 2021, em São Bernardo do Campo. Nesta terça, o projeto também foi anunciado para Heliópolis (capital) e nas cidades de Ribeirão Preto, Osasco e Iguape.

O protocolo de intenções que foi assinado pelo governador João Dória para Santos prevê as seguintes etapas: providenciar o restauro da Cadeia Velha; implantar o programa Fábrica de Cultura no imóvel e providenciar o investimento para aquisição de material e equipamentos para o funcionamento das ações do projeto. A gestão será da Organização Social Catavento Cultural.

História, tradição, formação, legado… inúmeros são os significados que unem a cultura da Baixada Santista ao edifício da Casa de Câmara Cadeia Velha, localizado na Praça dos Andradas, e que teve sua construção iniciada há mais de 180 anos.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), em 1959, a Cadeia Velha foi considerada, segundo os relatórios da entidade, “de grande valor arquitetônico residente no fato de possuir elementos que a qualificam em São Paulo: tamanho, volume, material e época de construção. É uma das primeiras expressões arquitetônicas das novas ideias da organização do Brasil como unidade independente”.

Ao longo da história, a edificação já serviu como quartel e hospital durante a Guerra do Paraguai, além de ter sido utilizada para abrigar em suas dependências o Fórum, Câmara Municipal, delegacia e museu.

Em 1981, a Cadeia Velha passou a ser ocupada pela Delegacia Regional de Cultura, transformando-se na Casa da Cultura do Litoral. A partir de 1994, o prédio começou a abrigar a Oficina Cultural Regional Pagu, que promoveu cursos que formaram centenas de artistas da região. Desde 2018, o local passou a ser sede da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), que foi transferida para outro local.

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