Santos celebrou, nesta terça-feira (2), o Dia de Iemanjá. Mesmo com a tradicional procissão se transformando em carreata, em virtude dos protocolos para conter a pandemia de covid-19, não faltou emoção. O ponto alto da comemoração foi a inauguração da estátua da Rainha do Mar, na Praça Luiz La Scala, na Ponta da Praia.
A escultura de uma sereia negra, representando Iemanjá, produzida pelo artista plástico Luis Garcia Jorge, tem cerca de dois metros de altura, foi feita em fibra de vidro e pintada em tons de cobre.
O idealizador da estátua, Pai Marcelo de Logunedé, diz que ela foge do padrão. “Não simboliza apenas a religião, mas também a valorização da cultura negra e da mulher, que é um dos pilares da família”.
“Hoje o nosso jardim, que é maior em orla de praia do mundo, fica ainda mais bonito, porque contempla mais uma religião, uma cultura, e torna as pessoas ainda mais felizes. Precisamos contribuir por mais empatia e para que todos possam manter suas histórias”, disse o prefeito Rogério Santos.
EVENTO
Pai Marcelo, que também é coordenador da procissão e vice-presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Santos, diz que a Cidade também ganha com o turismo religioso. “Essa é nossa 21ª edição do evento, desta vez em um formato diferente. Mas, a cada ano, atraímos mais gente de outros lugares do Brasil. A estátua vai contribuir ainda mais com a vinda de turistas para Santos”.
Durante a inauguração da estátua, foram muitos cânticos e homenagens ao Orixá feitos por adeptos à religião afro, como Lais Machado, do Candomblé. Ela levou seus filhos Sara, de 6 anos, e Pedro, de 9 anos: “Fico emocionada porque Iemanjá é minha mãe, é tudo pra mim. E essa estátua é uma conquista pelo nosso espaço. Quero que meus filhos lembrem desse momento e depois tragam e contem para meus netos”.
Mais de 100 carros participaram de carreata
Mais de 100 carros participaram da carreata, que partiu da Rua Otávio Correia, 64, Estuário, seguindo para Avenida Cel. Joaquim Montenegro, Avenida Afonso Pena, Praça Palmares, Avenida Siqueira Campos, Avenida Bartolomeu de Gusmão, Avenida Samuel A. Leão de Moura e Avenida Saldanha da Gama, onde o cortejo teve seu ponto final na Ponte Edgard Perdigão.
“Foi muito melhor do que esperávamos, já que foi num formato que não estávamos acostumados. Mas não podíamos deixar esta data passar em branco, ainda mais neste momento em que precisamos pedir por saúde”, disse Rogério Correa, representante da Casa de Culto Afro-Brasileira Ilê Asé Sobo Oba Àryra, que coordenou o evento.
No final, foi entregue um presente para Iemanjá, com frutas e flores, sem nada que agrida o meio ambiente. Ele foi depositado na escuna para ser levado para o mar. O evento teve organização da Prefeitura e do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.