O desassoreamento de um total de 298 metros de canal será finalizado esta semana como parte das obras de drenagem do Rio Saboó, iniciadas em outubro do ano passado.
Junto à implantação de uma estação elevatória com canal e comporta no final da Av. Haroldo de Camargo (Castelo), estas são duas obras em andamento importantes para a solução dos problemas de enchentes na Zona Noroeste e na entrada da Cidade, integrantes do programa Santos Novos Tempos.
No Rio Saboó, os trabalhos preliminares para implantação de aduelas junto à Avenida Augusto Barata começam na próxima semana, como informa o gerente das obras do programa, engenheiro Márcio Lara.
O objetivo final é ampliar a capacidade de drenagem das águas de chuvas e rios em direção ao estuário em cinco vezes. A obra consiste na construção de um canal de retenção e instalação de galerias e tubos sob a Av. Portuária. E ainda na implantação de canal com cestos, grades e comportas junto à foz do Rio Saboó, por onde seguem as águas das chuvas e nascentes do morro e do bairro Saboó.
Sob a Avenida Portuária serão implantadas duas galerias em aduelas de concreto (blocos pré-fabricados com formato retangular e vazados, que se encaixam formando grandes tubulações) medindo 4m x 2m, fabricadas para suportar tráfego ferroviário. Isso permitirá, a qualquer tempo, prosseguir com os planos federais de implantar mais ramais ferroviários para os novos terminais portuários do Porto Saboó.
Os serviços incluem ainda dois tubos de 2,50m de diâmetro sob a avenida para o deságue da futura estação de bombeamento, a ser construída pela Prefeitura dentro do Programa Santos Novos Tempos, com aprovação do Ministério do Desenvolvimento Regional.
AVENIDA HAROLDO DE CAMARGO
Os serviços para implantação de uma estação elevatória, um canal e comportas no final da Avenida Haroldo de Camargo, na divisa com São Vicente, estão na terceira e última fase de fundação, a parte mais complexa desta obra que tem entrega prevista para 2023.
Nesta etapa serão executadas 121 estacas-raiz, com perfuração do solo com um tubo (armação de ferro) que recebe cimento e areia. Quando esse material seca, o tubo é retirado. Desse total, 10 estacas já estão prontas, informa o engenheiro Carlos Barros, da Secretaria de Infraestrutura e Edificações de Santos.
O sistema servirá para conter alagamentos com chuva forte ou fraca, associada à maré alta ou baixa, contemplando principalmente os bairros Castelo e Areia Branca, além de parte do Jardim Guassu, em São Vicente.
Foi projetado para trabalhar com armazenamento de chuvas em reservatório correspondente a três piscinas olímpicas. A retirada das águas retidas no reservatório será feita por meio de três bombas com capacidade para sugar o correspondente a até seis caixas d’água de mil litros por segundo.
Com mecanismo associado ao uso de comporta, todo esse volume de água será lançado de forma gradual no Rio dos Bugres para desaguar no canal do estuário. Bombas de sucção trabalharão com diesel para evitar panes durante tempestades e cestos e grades de aço inox para reter todo o lixo levado pela chuva nos dois lados das comportas.
INVESTIMENTOS
Nas duas obras são empregados R$ 62,5 milhões, sendo R$ 37,5 milhões no sistema da Haroldo de Camargo e R$ 25 milhões no Rio Saboó, obra a cargo do Terminal Ecoporto, em cumprimento ao Plano Judicial de Compensação Coletiva firmado com a Justiça e o Ministério Público Federais, com anuência da Autoridade Portuária e participação do Município.
Terceira obra contra enchentes está prevista para 2023
Uma estação elevatória será construída em área lateral do estacionamento do Assaí atacadista, obra da segunda fase do Sistema Binário da Nova Entrada de Santos. Será executada dentro do contrato de concessão do Estado de São Paulo com a Ecovias, concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes, a um valor estimado de 60 milhões de reais.
O projeto, com início previsto para meados de 2023, depende de uma liberação documental da MRS Logística S/A e da Autoridade Portuária de Santos, para obtenção do licenciamento ambiental junto à Cetesb, e terá ainda um complemento de dutos até a sua ligação ao estuário de Santos.
A intervenção foi pleiteada pela Prefeitura junto ao Governo do Estado para complementar as obras do Programa Nova Entrada de Santos e acabar com os alagamentos que afetam o trânsito naquela região, complementando a galeria gigantesca que a Avenida Martins Fontes recebeu junto com as obras desse programa: tubulações por onde pode passar um carro.
“A obra representará a solução dos problemas de alagamento da área definida por parte dos bairros Saboó, Chico de Paula e Vila Haddad, com a captação das águas pluviais que incidem naquelas regiões, inclusive daquelas advindas de áreas do Morro Santa Maria e que descem o morro e percorrem a Rua Ana Santos até alcançarem a vala da Ecovias na marginal direita da Via Anchieta”, diz o arquiteto e gestor do Programa Nova Entrada de Santos, Wagner Ramos.