O presidente Jair Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social, os governadores que adotam o “lockdown” e sugeriu que o uso de máscaras tem efeitos colaterais. As declarações foram feitas em transmissão em sua página oficial no Facebook.
O chefe do Executivo afirmou ter lido que o uso das máscaras, recomendadas pelas autoridades de saúde para reduzir a exposição a partículas que propagam o vírus, pode causar “irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa a ir para escola ou creche, desânimo, vertigem e fadiga” em crianças.
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendam que crianças de até 5 anos não sejam obrigadas a usar máscaras.
Segundo artigo publicado no site do fundo, o uso de máscaras em crianças de 6 a 11 anos deve levar em consideração análise de fatores de risco, como a intensidade de transmissão na área de residência e a situação pessoal e familiar de cada criança.
Bolsonaro atribui a descoberta do que chamou de “efeitos colaterais das máscaras” a uma universidade alemã cujo nome não foi revelado. “Não vou entrar em detalhes, porque tudo deságua de critica em cima de mim. Tenho minha opinião sobre máscara, cada um tenha a sua, mas a gente aguarda um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes”, declarou.
Em sua live desta 5ª feira, dia em que o Brasil registrou 251.498 mortes por covid-19, o presidente não citou o número. Como tem feito, criticou as medidas de isolamento social e os governadores que adotam o lockdown. “Infelizmente, um ou outro governador, um ou outro prefeito ainda teima em baixar decretos obrigando essas pessoas a ficar em casa”, declarou.
“Aquela política de fecha tudo e vai para casa é muito bacana para quem tem dinheiro, uma boa poupança, dinheiro fixo todo mês”, disse. Completou afirmando que, “para mais de 40 milhões de pessoas que foram obrigadas a ficar em casa, essa política foi um desastre”.
De acordo com Bolsonaro, o governo espera ter uma nova modelagem para o Bolsa Família assim que terminar de pagar as 4 novas parcelas do auxílio emergencial.
“A gente espera, no final dos 4 meses, ter uma nova proposta para o Bolsa Família. Como é que vai ser o Bolsa Família a partir de julho. Essa que é a nossa intenção e trabalhamos nesse sentido”, disse, ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
Bolsonaro esteve rapidamente com o ministro Paulo Guedes (Economia) antes de sua live, no Palácio da Alvorada. Na transmissão, falou sobre o que tratou no encontro com o chefe da pasta.
“A princípio, né, o que deve ser feito? A partir de março, por 4 meses, é R$ 250 de auxílio emergencial. Então é isso que está sendo disponibilizado”, afirmou.
O chefe do Executivo completou dizendo que tem conversado com os presidentes da Câmara e do Senado para “ter certeza” de que a decisão será tomada em conjunto.