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Estado de São Paulo registra novo recorde de internações e vê Covid-19 atingir mais jovens

Apesar do avanço da vacinação, os números de mortes e internações em São Paulo indicam que o estado passa pelo pior momento da pandemia de Covid-19.

O número de novas internações pela doença na última semana foi 14,7% maior do que na semana mais grave da pandemia em 2020, em julho, segundo dados apresentados pelo governo João Doria nesta segunda-feira (1º).

Em relação à semana passada, o número de novos casos está 9,7% maior, e de novas internações, 18,3%.

Com essa piora, o governo deve reativar hospitais de campanha (temporários), que devem ter focar leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e ser instalados em unidades de saúde já existentes, em um formato diferente do usado no ano passado. O anúncio oficial será feito na quarta (3).

Segundo o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, “a pandemia retornou com uma velocidade e uma característica clínica diferente daquela que nós observamos na primeira onda”.

Se no ano passado mais de 80% dos pacientes internados eram idosos e pessoas com doenças associadas, hoje cerca de 60% têm entre 30 e 50 anos, muitos sem doenças prévias. “São pessoas que se sentem à vontade para sair, achando que vão perder apenas o olfato e o paladar, mas podem acabar perdendo a vida”, afirmou.

Além da diferença de idade, as internações têm sido mais prolongadas. No ano passado, as internações em UTI correspondiam a 40% do total, e as internações em enfermarias eram 60%. Hoje esse número se inverteu: 60% em UTIs e 40% em enfermarias.

De acordo com Paulo Menezes, do centro de contingência da doença, o governo estuda criar uma fase ainda mais restritiva do que a fase vermelha do Plano São Paulo, onde só podem funcionar serviços essenciais. No sábado (28), Menezes havia falado em criar uma “fase roxa”.

João Gabbardo, também do centro de contingência, afirmou que gestores de saúde do país estão enviando uma carta ao Ministério da Saúde pedindo uma coordenação dos esforços de combate à doença.

“O país inteiro está colapsando. Todos os estados. Não é mais possível que as medidas fiquem na responsabilidade apenas dos gestores estaduais, dos governadores e dos prefeitos. É impossível que a gente continue o enfrentamento dessa pandemia sem ter uma unificação de conduta”, afirmou, dizendo que governadores não podem tomar medidas como fechamento de espaço aéreo, o que deveria ficar a cargo do governo federal.

Leitos e seringas
O governo paulista também comemorou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de obrigar o Ministério da Saúde a voltar a bancar leitos de UTI nos estados. Em São Paulo, havia 5.112 leitos específicos para a Covid bancados pelo governo federal que haviam sido cancelados.

“Que tristeza termos que recorrer à Justiça para termos leitos de UTI pra salvar vidas. Isso já deveria fazer parte de uma coordenação nacional, independentemente de solicitação e muito menos de recursos judiciais”, afirmou Doria.

O governador disse que deve judicializar também os gastos com seringas e agulhas, que têm sido bancadas pelo estado.

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