Durante o verão, os cuidados com a saúde aumentam: é preciso ingerir mais líquidos, vestir roupas leves, caprichar no protetor solar, entre outras medidas. Mas, para quem tem pets, a atenção precisa ser redobrada, já que a temperatura corpórea dos cães é mais alta do que a dos seres humanos, fazendo com que eles sofram ainda mais nesta época do ano.
Se o dia está muito quente, o ideal é não sair com o pet. Mas, caso seja necessário, é recomendado que o passeio seja em horários em que as temperaturas estejam mais amenas: de manhã, até as 8h, e à tarde, só após as 18h.
Os tutores também devem dar preferência a lugares mais frescos, com sombra, onde os animais possam beber água à vontade. “Uma dica é levar uma garrafinha de água e uma vasilha, para servir o cão sempre que possível”, explica a veterinária responsável pela Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), Karoline Castro.
Checar a temperatura do chão, seja da calçada, areia ou asfalto, também é imprescindível. Se o tutor não aguentar ficar com os pés ou mãos em contato com o chão por muito tempo devido à quentura significa que a temperatura também está alta demais para os pets, o que pode gerar queimaduras nas patas.
“A gente já atendeu cachorros com queimadura de 2º e até 3º grau. Os tutores precisam ficar atentos. Um dos sinais de que a temperatura do chão está quente demais para eles é quando os pets levantam as patas muito rápido enquanto estão andando, o que demonstra que não estão conseguindo ficar em contato com o chão por muito tempo”, explica a veterinária.
RISCOS
Além do risco de queimaduras e desidratação, os pets também podem sofrer com hipertermia – o aumento extremo da temperatura corporal, que pode causar grande desconforto e, em casos mais graves, levar à morte. Cachorros braquicefálicos, que possuem o focinho mais achatado, têm mais dificuldade para respirar e por isso são as maiores vítimas do problema.
Cães cardíacos também sofrem mais no calor, mesmo com a medicação em dia. A alta temperatura descompensa o funcionamento do coração, que começa a falhar e pode formar um edema pulmonar. A condição é considerada de emergência e os sintomas são fadiga, arritmia, dor no peito, entre outros.
NO CARRO
Caso o passeio seja de carro, Karoline recomenda que os pets não sejam mantidos dentro do veículo parado, mesmo com as janelas abertas ou ar condicionado ligado. “No verão, a temperatura interior dos automóveis chega facilmente a 80°, então o cachorro não aguenta ficar. Se o tutor sair do carro, o pet precisa ir junto”, afirmou.
EM CASA
Em casa, além de manter os animais em locais frescos e com água à disposição, também é possível oferecer frutas geladas, colocar pedras de gelo na água e molhar o quintal pelo menos duas vezes ao dia para abaixar a temperatura. Além disso, as refeições também devem ser oferecidas fora dos horários de pico de calor. “Também é possível fazer sorvete caseiro para os pets misturando água e sachê (ração úmida). Eles adoram e ajuda a refrescá-los”, ensina a coordenadora.
MITOS
A veterinária também explica que colocar sapatos nos pets não é uma boa solução para protegê-los do calor, pois os calçados isolam apenas os coxins (almofadinha das patas) e, pelo fato dos cachorros ficarem mais próximos ao chão, a alta temperatura continua aquecendo os corpos.
Tosar os cachorros em época de calor também é um mito e pode prejudicar os pets em vez de ajudá-los. Apesar dos pelos longos aquecerem mais os cães, funcionam como isolante térmico diante do sol. “É como as pessoas que andam no deserto e protegem a pele dos raios solares com algumas camadas de tecido”, comparou a coordenadora da Codevida.
Porém, a veterinária assegura que a tosa higiênica pode ser feita normalmente. “A barriga também pode ser tosada, porque eles gostam de deitar com a barriguinha no chão gelado. Sem os pelos, é maior essa troca de calor com o chão, então ajuda a refrescar”, finalizou.