Ações para conscientização dos munícipes, monitoramento da cidade 24 horas por dia e uso da tecnologia para prevenir acidentes são os três pilares que norteiam as ações da Defesa Civil em Santos. Trabalho constante e que segue sendo aprimorado, dia após dia, buscando proporcionar segurança à população santista, sobretudo àquela que reside em morros e encostas.
De outubro de 2021 a janeiro de 2022, mais de quatro mil residências foram visitadas pelo órgão, segundo o chefe da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias. Moradores dos 17 bairros dos morros santistas, em áreas com risco de deslizamento, receberam orientações dos agentes. O trabalho de orientação ressalta, por exemplo, que lixo ou água de tanques, pias e chuveiros não devem ser jogadas nas encostas.
Também ressalta que devem ser evitadas obras nessas áreas, uma vez que podem alterar a posição do solo.
“Ao perceber trincas no terreno, rachaduras em pisos e paredes, estalos em rochas, aparecimento de água barrenta, além de árvores e postes inclinados, o morador deve sair do local e comunicar imediatamente a Defesa Civil por meio do número 199”, alerta Onias, lembrando ainda que voluntários do Nupdec (Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil) no bairro podem ser procurados pelos munícipes.
De 2008 a 2022, o Nupdec já formou 880 voluntários, por meio de seus cursos gratuitos, que vão de noções básicas de primeiros socorros a noções gerais de proteção em áreas de risco.
O trabalho de conscientização se estende à criançada. Em parceria com a Seduc (Secretaria de Educação), o projeto Defesa Civil na Escola orienta crianças sobre como proceder para evitar ou minimizar as consequências de eventos causados pela ação da natureza ou do próprio homem. Desde 2008, mais de 22,7 mil alunos já participaram das atividades.
MONITORAMENTO
Além da conexão direta com o munícipe, a Defesa Civil de Santos também utiliza o que há de mais moderno em segurança pública para monitorar a Cidade. No CCO (Centro de Controle Operacional), por exemplo, recursos tecnológicos de câmeras, radares e sensores monitoram dezenas de pontos, integrando-se ainda órgãos como a GCM (Guarda Civil Municipal), CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e o Samu (Serviço Móvel de Atendimento e Urgência).
“Com todos esses recursos do CCO, nossa atuação na Cidade é otimizada. Pretendemos ampliar ainda mais nossa atuação no Centro Operacional, trazendo mais profissionais da Defesa Civil para trabalharem nessa moderna estrutura”, projetou Onias.
METEOROLOGIA
Na outra ponta de apoio está o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Adquirido há pouco menos de uma década pela cidade de Santos, o serviço conta com uma rede de pluviômetros, radares e satélites, que emitem alertas diretamente para a Defesa de Civil, trazendo informações que auxiliam no trabalho de prevenção.
“Com o radar meteorológico em Salesópolis (SP), que possui um raio de 200 km, conseguimos precisar se, por exemplo, uma forte chuva está a caminho de Santos nas próximas duas horas. Essas informações privilegiadas permitem mobilizarmos uma futura operação com a CET e demais órgãos da Prefeitura”, exemplificou Onias, destacando mais um diferencial das ações preventivas.
“Há também o Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Universidade Santa Cecília, que monitora a movimentação das águas da bacia de Santos. Eles nos enviam boletins diários que contribuem bastante com o nosso trabalho”, concluiu o chefe da Defesa Civil.
OBRAS NOS MORROS
Para garantir a segurança da população dos morros, entre 2020 e 2021, a Prefeitura de Santos realizou 35 intervenções nestes locais, com investimento chegando a R$ 42 milhões. No total, os recursos direcionados para a proteção dos munícipes da parte alta da Cidade chegam a cerca de R$ 60 milhões, incluindo R$ 3,9 milhões de obras em andamento e mais R$ 13,5 milhões em serviços que terão início neste ano.
Na relação de serviços executados pela Administração Municipal estão modernas técnicas de engenharia, drenagem e estabilização de encostas, reconstrução de encostas, implantação de escadas hidráulicas, demolições em áreas de risco e regularização de pisos, entre outras medidas.
Até 30 de abril de 2022, período das fortes chuvas de verão, está vigente o Plano Preventivo de Defesa Civil de Santos (PPDC), específico para escorregamentos em encostas de morros e processos correlatos.
ÁRVORES SERÃO MONITORADAS
A Defesa Civil de Santos, em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), também já iniciou o desenvolvimento de ferramenta para monitorar todas as árvores da Cidade. O serviço irá criar um diagnóstico completo, medindo a intensidade do vento e outros detalhes que podem causar quedas de árvores. O projeto deve ser concluído e implantado no final do segundo semestre deste ano.
SERVIÇO
Os telefones para emergências e mais informações em casos de deslizamento ou outras ocorrências relacionadas à chuva são o 199 e 3208-1000. Alertas sobre fortes chuvas também podem ser recebidos via SMS (Mensagem de Texto). Basta enviar o CEP da residência para o número 40199 e, automaticamente, o morador passará a receber o serviço gratuitamente.