Lendas, naufrágios, guerras e avanços marcam a história do homem no mar. Em Santos, o Museu Marítimo permite que os visitantes “naveguem” por esses episódios por meio de equipamentos, artes e materiais encontrados em águas ao redor do planeta, inclusive nas da Baixada Santista. Inaugurado em 2005, o espaço remonta ao extinto Museu Histórico Naval de São Vicente, fundado em 1979 pelo engenheiro civil e pesquisador Carlos Alfredo Hablitzel.
Quem olha de fora para casa amarela, na Ponta da Praia, com detalhes na cor marrom e bandeiras de diversos países, nem imagina que está de frente para um dos principais acervos de arqueologia submarina e de história marítima do Brasil. Mas, ao adentrar o museu, os visitantes imergem no mundo da navegação por meio de canções piratas e sons de tiros de canhão, que ecoam pelo salão.
Itens de diversos naufrágios famosos ficam expostos ao público, como do inglês Titanic, conhecido mundialmente por afundar no Atlântico Norte, o espanhol Príncipe de Astúrias, considerado o maior naufrágio da costa brasileira, e até de um navio pirata francês que naufragou no sul do País há cerca de 300 anos.
Um trabalho minucioso de arqueologia em locais onde embarcações afundaram trouxe ao museu itens que eram utilizados há centenas de anos, mostrando como era a vida nos navios. São louças, talheres, cartuchos de fuzil, parafusos, lanternas, escotilhas, pesos de rede, entre muitos outros. A maioria dos navios da Inglaterra, França e Espanha.
Um mapa exposto no Museu Marítimo mostra mais de mil navios naufragados na costa brasileira. O levantamento foi feito por Carlos Alfredo Hablitzel, que se tornou referência no estudo de tragédias marítimas. O pesquisador, inclusive, pintou uma série de telas sobre o assunto. Vinte e cinco delas podem ser apreciadas no museu.
Estão expostos, ainda, itens como sextantes; arcas; telégrafos; escovas de dente rudimentares, feitas em madeira; grilhões e panelas utilizadas por escravos; charutos; redes de pesca; tinteiros; canhões e balas utilizadas pelo equipamento; fitas de quepes de marinheiros; bandeiras originais de navios, dentre outras peças.
COLEÇÕES
Além da coleção de maquetes de barcos e navios, que representa com fidelidade a imagem de diversas embarcações importantes para a história, o museu conta ainda com outras coleções. Uma das mais interessantes é a de vidros, que demonstra o quanto o material era utilizado em alto mar. São centenas de garrafas de bebidas alcóolicas encontradas em sítios arqueológicos, vidros de perfume e remédio, recipientes para alimentos e até potes de porcelana.
O museu possui também um espaço totalmente dedicado à história do mergulho, com itens utilizados desde os primórdios até os equipamentos mais atuais como escafandros, pesos peitorais, sapatos pesados para mergulho, cilindros de oxigênio, roupas, bombas de ar manuais e um equipamento para comunicação entre o mergulhador e quem ficava no barco, que funcionava como uma espécie de telefone.
PIRATAS
Os ‘saqueadores do mar’, inclusive, tomam conta de boa parte do museu. Além de darem boas-vindas na entrada, há manequins simulando o jeito como se vestiam e até subindo por escadas feitas de cordas, como faziam nos navios saqueados. Um timão e uma bandeira negra com o símbolo de uma caveira chamam os visitantes para um ‘clique’ ao estilo pirata: com chapéus, espadas e pistolas típicas da época, que podem ser usados como acessórios nas fotos.
No segundo piso, o mais famoso dos saqueadores marítimos, Edward Teach, o Capitão Barba Negra, tem um canto só seu. Rodeado por móveis em madeira escura, um canhão e um candeeiro, a figura do temível corsário aterroriza com suas espadas e o cabelo negro. Na biografia, os visitantes conhecem mais sobre a trajetória do capitão que dominou os mares em apenas 1 ano.
SERVIÇO
O museu fica na Avenida Governador Fernando Costa, nº 343, na Ponta da Praia. O horário de funcionamento é das 13h30 às 18h, de quarta a segunda-feira, e das 9h às 18h nos meses de janeiro e dezembro (período de férias). O ingresso, que custa R$ 30,00, deve ser adquirido no Museu do Mar (Rua República do Equador, 81 – Ponta da Praia, há 80 metros do Museu Marítimo), e dá acesso a ambos os equipamentos.
VISITAS MONITORADAS
Escolas, universidades e agências turísticas podem agendar visitas monitoradas por meio do telefone (13) 3261-4808 ou pelo e-mail museumaritimo@museumaritimo.com.br. O valor do ingresso cai para R$ 25,00 para grupos acima de 20 pessoas. Professores e guias turísticos não pagam. As visitas também podem ser agendadas para o período da manhã e às terças-feiras, quando o museu está fechado, em casos de impossibilidade de comparecimento em outro horário.