A Secretaria de Saúde (Sesau) de São Vicente atendeu, nesta terça-feira (27), 52 moradores da Fazendinha, comunidade carente da Cidade, infectados com escabiose, também conhecida como sarna humana. Na próxima sexta-feira (30), a partir das 9h, outras pessoas agendadas serão atendidas.
A equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) do bairro Vila Ema fez o diagnóstico, entregou medicamentos e fez as orientações para as famílias terem os cuidados necessários para conter o surto.
A Diretora de Atenção Básica (DAB), Paola Bueno, disse que as informações sobre os casos da doença chegaram pela própria comunidade. As autoridades municipais em Saúde do Município, então, decidiram reunir as famílias para fazer o atendimento aos pacientes.
“Decidimos chamar as famílias para fazer a avaliação e confirmarmos se eram, ou não, casos de escabiose. Já começamos a ceder os medicamentos para todos os integrantes da comunidade que apresentam algum sintoma, e orientamos como evitar que a contaminação se espalhe para mais pessoas”, explica Paola.
A unidade de saúde entregou uma série de medicamentos que inclui loção para matar a parasitose, comprimido para controle de parasitas, antialérgico para diminuir a coceira e, em alguns casos mais severos, antibiótico para auxiliar no combate à infecção.
Todos os equipamentos de saúde na Área Continental já foram alertados pela Sesau para ficarem atentos sobre novos casos, garantindo que o tratamento seja realizado o mais rápido possível.
Em parceria com o Projeto Fazendinha, uma igreja da comunidade abriu as portas para atender as pessoas, garantindo que não houvesse aglomeração nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’S) e outras Esf’s por conta da campanha de vacinação contra a Covid-19.
A presidente do Projeto Fazendinha, Tânia Aquino Moraes, descobriu a infestação enquanto visitava as famílias.
“Verifiquei que as crianças estavam se coçando. Imediatamente, começamos a arrecadar materiais de higiene e limpeza para doar para as famílias. Com isso, entregamos, junto com os medicamentos, um kit aerosol desinfetante, cândida, sabão em pó e em pedra, toalha de banho e sabonete para cada pessoa”, afirmou Tânia.
Contágio – A dermatologista Juliana Messias Moraes Guapo destaca que o ácaro causador da escabiose, nome clínico para a sarna humana, fica na superfície de roupas, pessoas, colchões e sofás, e que a contaminação ocorre com contato prolongado da pessoa com a superfície onde o ácaro está.
Sintomas – De acordo com a especialista, a coceira é um dos principais sintomas. O ácaro anda sobre a pele, o organismo desencadeia uma reação alérgica ao corpo estranho, por isso, caso não seja tratada corretamente, a sarna afeta a qualidade de vida da pessoa contaminada.
Tratamento – O tratamento para a escabiose pode ser com medicação oral ou com meios tópicos, quando o medicamento é aplicado sobre a pele. É necessário que pessoas que tiveram contato com pacientes infectados também passem por uma avaliação médica.
Higiene – Caso alguém da família já esteja contaminado com o parasita, as roupas de uso pessoal, de cama e banho devem ser trocadas e lavadas diariamente com água quente. Caso não seja possível lavar as roupas com água quente, é importante que sejam deixadas para secar ao sol e passadas com ferro.
Artigos não laváveis devem ficar por duas semanas em sacos plásticos vedados, para permitir a morte do ácaro, que pode ficar vivo por uma semana, sobretudo em climas frios.