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Quadrilhas juninas de São Vicente unem beleza e tradição em exposição

Olha, isso aqui tá muito bom. Isso aqui tá bom demais. Olha, quem tá fora quer entrar. Mas quem tá dentro não sai’. É bem assim, como na letra de Dominguinhos, que a gente se sente em uma boa festa junina, não é mesmo? E o que não pode faltar em uma festa caipira de verdade? O casamento, é claro!
Pensando nisso, a Secretaria de Cultura (Secult), de São Vicente, teve a iniciativa de criar a 1ª Exposição de Figurinos de Noivos Juninos, como forma de manter os costumes e homenagear os artistas da Cidade já no mês das noivas, seguindo até junho. Isso porque o tradicional Festival de Quadrilhas Juninas não poderá ser realizado, pelo segundo ano consecutivo, em razão da pandemia.
A mostra é feita no saguão de entrada do Paço Municipal e conta com seis quadrilhas tradicionais de São Vicente. Os grupos colocam seus trabalhos à disposição do público com figurinos de noivas e noivos de encher os olhos.
Até 10 de junho, das 9h às 17h, o público pode visitar a exposição no saguão de entrada da Prefeitura, na Rua Frei Gaspar, 384 – Centro.
Atualmente, há dez quadrilhas juninas vicentinas ativas e algumas delas participam da exposição: Tia Valdelice, Fazenda São Pedro, Paixão Caiçara, Tio Cris, AndyAngel e Mirim Trálálá.

História – Vindas da Europa, no século XVII, as famosas danças entre casais eram realizadas em salões da elite. Com o passar dos anos, e ao chegar ao Brasil, elas se misturaram com as manifestações nacionais, se tornando uma expressão da cultura popular, principalmente entre os sertanejos e nordestinos.
Se engana quem pensa que é apenas de festa que as juninas vivem. Por trás das apaixonantes danças em pares, há muito esforço e dedicação. O trabalho de produção é árduo em torno da coreografia, dos tons musicais através do violão, da sanfona, do triângulo ou zabumba, e até das roupas. Tudo tem um propósito.
“Somos o berço da festa junina, desde os anos 80. Era normal ver, em todos os bairros e nas ruas, enfeites de bambu, bandeirinhas e barracas. O povo vicentino é alegre, festivo e participativo. Com uma mistura dessa não há como dar errado”, conta o líder da Junina Andy Angel, Anderson Xavier.
De acordo com Lulu Infantolozzi, da Junina Paixão Caiçara, a exposição é uma grande oportunidade, tendo em vista a parada dos festivais após a crise sanitária da pandemia. “Expor nosso trabalho nos ajuda a chegar a outros lugares, outros públicos. E isso é muito importante”, afirmou.

Conheça a história das juninas participantes da exposição:
1- Junina AndyAngel

De estilo próprio e aventureiro, chamando a atenção e encantando a todos com uma mistura entre a coreografia tradicional, estilizada e livre, a Junina AndyAngel traz uma identidade marcante por onde atravessa.
Em 2000, dona Penha (mãe do tio Andy) idealizou uma fogueira de São João, e pediu ajuda de seu filho para formar uma quadrilha junina. Por ser próximo a uma escola, várias crianças despertaram o interesse pela criação de Penha e Andy e, então, a ideia se tornou realidade. Após conhecer sua esposa Angel (Angela), a família mudou o nome do grupo para AndyAngel e o casal assumiu de vez o comando da junina.
As confecções de figurinos pelas mãos de Angel e as ideias de Andy trouxeram postura e elegância, com a simpatia e ingenuidade caipiras tomando conta do grupo, que conta atualmente com 60 pessoas entre dançarinos, staffs e diretores.
As iniciativas sociais também fazem parte da história da junina, como entrega de cestas básicas, sacolas de natal e doação de brinquedos, curso de fotografia, música, maquiagem e cabelo, ações em prol da comunidade.

Confira os maiores títulos da Junina:
2014 – 1°lugar no Festival de Quadrilhas em São José dos Campos;
2016 – Primeira Campeã Estadual pela Federação de Quadrilhas Juninas de São Paulo (FEQUAJUSP)

2- Quadrilha Junina Tio Cris
Fundada em 2003, no Bairro Joquey Clube, a Junina Tio Cris iniciou seus trabalhos por meio de uma quermesse, para promover a cultura e o entretenimento no local.
Com apoio da comunidade, foi possível montar três barracas com doces e salgados, e foi um sucesso. No ano seguinte, uma quadrilha infantil foi montada com 14 pares, e logo evoluiu para uma quadrilha adulta, já intitulada com o conhecido nome do grupo.
Ao longo de dez anos, mantendo o tradicionalismo, os eventos realizados geraram uma grande visibilidade, e fizeram a junina subir de patamar. Em apenas seis anos, o crescimento foi tanto, que as quermesses tiveram que ser encerradas por não suportar tantas pessoas.
Dessa forma, os trabalhos foram focados apenas no grupo cultural, mudando a forma das danças típicas com coreografias criativas.

Confira os maiores títulos da Junina:
2017 – 4º lugar no Festival de Quadrilha Junina da cidade de São Vicente

3- Quadrilha Junina Paixão Caiçara
Composta por 50 pessoas, entre dançarinos, staffs e diretores, a Quadrilha Junina Paixão Caiçara foi criada em 2011. No entanto, estreou há nove anos no São João. Ela promete um figurino luxuoso, feito a várias mãos.
Um grupo de amigos se uniu, com o propósito de provar que a cultura brasileira ainda está viva e que poderia ser representada de modo especial na região.
A Paixão Caiçara destaca-se por mostrar alegria na dança, além de muita técnica. A junina traz um conjunto de belíssimas vestimentas, coreografias, trilha sonora contagiante e efeitos que transformam a apresentação num show de entusiasmo.
Com o passar do tempo, o grupo decidiu realizar ações sociais e campanhas como a “Sangue de Quadrilheiro”, com doação de sangue, além de festa das crianças, Natal solidário e um “Sopão”, beneficiando pessoas em situação de vulnerabilidade social.
O grupo oferece diversas oportunidades aos jovens e adultos, como atividades de costura, adereços, produção, cabelo, maquiagem, coreografia, cenografia, entre outras. A cada ano é proposto um tema para contextualizar a montagem de um novo espetáculo.
No dia 3 de agosto de 2021, a quadrilha completa dez anos.

4- Junina Fazenda São Pedro
De olho na comemoração de seus 25 anos, em 29 de junho, a Junina Fazenda São Pedro, atual bicampeã do Festival de Quadrilhas de São Vicente, reacende os costumes caipiras no Município.
Desde 2004, Dinho Brito passou a liderar o grupo com uma nova geração de ideias e propostas ousadas, sempre com amor às tradições da quadrilha. De modo a trazer temáticas diferentes anualmente, diversas vertentes brasileiras já foram homenageadas desde o Auto da Compadecida até o Circo no Arraial.
Ao longo dos anos, o grupo realizou apresentações em todo o país, em cidades como Queluz, Angra dos Reis, Caçapava Velha, São José dos Campos, Poá, Jundiaí, São Sebastião e Pirapora do Bom Jesus.
A beleza nos figurinos, maquiagens e as exóticas coreografias inovaram a paixão pela junina, prestigiada em âmbito estadual.
Em 2011, a quadrilha tradicional passou por mudanças, se tornando uma quadrilha show, com a proposta de desenvolver novos temas e mudar o formato das danças e vestimentas.

Confira os maiores títulos da Junina:
2009 – Campeã Vicentina;
2015 – Campeã em São José dos Campos;
2018 – Campeã Vicentina e Estadual;
2019 – Campeã Vicentina e Estadual

5- Junina Tia Valdelice
Nascida no bairro Vila Mateo Bei, a quase quarentenária Junina Tia Valdelice foi criada por amigos que moravam no local. Seu nome se deve à fundadora, Valdelice, carinhosamente chamada de ‘Tia’ por todos que a conhecem.
Ativa até hoje, Tia mantém viva a tradição junina desde 1983, com o desenvolvimento de atividades em comunidades vicentinas. O seu maior objetivo é contribuir com o resgate e divulgação das raízes nordestinas.
Com participações em concursos de arraiais de quadrilhas por todo o Brasil, o trabalho artístico e cultural da Junina Tia Valdelice apresenta traços marcantes nas coreografias, cultura nordestina popular, figurinos com riqueza nos detalhes e repertório musical emotivo e nostálgico, sendo reconhecido em todo o Estado de São Paulo.

Confira os maiores títulos da Junina:
2018 – 1º Lugar no Festival de Quadrilhas Juninas de Queluz (SP);
2017 – 1º Lugar no Festival de Quadrilhas Juninas de Queluz (SP); 1º Lugar no Campeonato de Quadrilhas Juninas de Cubatão; 1º Lugar no Campeonato de Quadrilhas Juninas de São José dos Campos;
2016 – 1° lugar no 4° Festival de Quadrilha Junina da cidade de São Vicente – SP; 1° lugar na 2ª Edição do Festival de Quadrilha Junina de Cubatão – SP; 1° lugar no Concurso de Quadrilha Junina da cidade de São José dos Campos;
2014 – 1°lugar no 2° Festival de Quadrilha Junina da cidade de São Vicente – SP

6- Junina Mirim Trálálá
Formada em 2016, a quadrilha Junina Mirim Trálálá permeia a cultura com seu comprometimento e responsabilidade que carrega, afinal, esta é a primeira quadrilha infantil do Estado, sendo o único grupo que continua atuando neste segmento, até hoje.
A origem das Festas Juninas é a grande proposta do grupo, ao contar seus símbolos, lendas, fogueiras, comidas típicas, quermesses. O estímulo ao aprendizado é a grande riqueza.
Além disso, após o início da pandemia, o grupo se tornou um Folclórico e Cultural, disputando virtualmente, e conquistando todos os festivais que participou. Rodando o Brasil, o grupo aposta nas mídias sociais para exibir o espetáculo junino, através do YouTube.
Vale destacar que o apoio às iniciativas sociais também estão presentes na história da junina. Desde 2019, o grupo participa do Projeto Social Bora Lá, no bairro Tancredo Neves, em São Vicente.

Confira os maiores títulos da Junina:
2020 – 1° Lugar nos Festivais Online: Festival Thaty Ballet; Festival Dança Ubatuba; Festival Internacional DançArt; Cacon Dance Internacional; Festival Lailton Reis
2021 – 1° Lugar nos Festivais Conweb Dance Festival; Dança Paraiba; CBDD Espirito Santo; Festival de Dança de Londrina

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