Região

Jardim Botânico cria ponto para santistas demonstrarem sua solidariedade

Neste momento crítico de pandemia e de crise econômica, toda ajuda é sempre importante. E o Jardim Botânico Chico Mendes (Rua João Fraccaroli s/nº – Bom Retiro), mesmo com as portas fechadas, está contribuindo para que a população supere essas dificuldades, dando uma aula de consciência e solidariedade. Na frente do parque, foi colocada uma grande mesa e uma faixa com os dizeres “Doações: Contribua com o que quiser, retire o que precisa”.

Agora, de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, as pessoas podem passar pelo local e doar alimentos ou material de higiene e limpeza. Quem estiver necessitando de algum item, pode retirar de forma anônima.

O coordenador do parque, Edson Inácio da Silva, explica que a ação se trata de uma troca. “É um exercício de liberdade e de consciência. Muitas pessoas estão passando pela primeira vez por necessidade, estão com a autoestima baixa, então elas podem retirar o que precisam, sem realizar nenhum cadastro, ou então trocar algo que têm bastante por algo que está em falta”, explica.

A iniciativa já está dando certo. A mesa está sempre cheia de alimentos e muitas pessoas passam pela frente do parque deixando suas doações ou retirando produtos. Um dos que foi contribuir foi Rhyan Donato da Costa, de 18 anos, morador da Vila São Jorge. “Nesse momento difícil temos que ajudar uns aos outros. São muitas pessoas passando dificuldades, ainda mais na nossa região”.

Silvio César Alcantara, de 50 anos, também levou suas doações e se emocionou. “É uma ação simples, mas que faz toda diferença. Muitas pessoas estão fragilizadas, sem capacidade de pedir ajuda. Aqui elas não precisam se identificar, nem justificar suas necessidades. Abrir sua ferida não é fácil”, afirmou.

O empresário Christophe Diniz fez uma grande colaboração, levando alimentos, doces e balas para as crianças, além de máscaras. “A gente precisa contribuir com comida, mas um doce também alegra e acalma as crianças que precisam ficar em casa. O sentimento de doar é bem melhor que o de receber. Está faltando o básico para muita gente”.

O chefe do Departamento de Parques e Defesa da Vida Animal de Santos (Depavi), Éder Santana de Oliveira, diz que o parque, mesmo fechado, continua cumprindo sua função de educar. “É uma forma de fazer a sociedade interagir e se ajudar. Nós não controlamos, apenas organizamos”, explica.

Ele antecipa que a intenção é levar a mesma ação para a frente do Orquidário e do Aquário. “Manteremos essa ação enquanto estivermos nesse momento difícil”, completou.

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