São Vicente

Epidemia de dengue pode ser a pior da história de São Vicente

Com o aumento no número de casos de dengue na Cidade de São Vicente e na Baixada Santista, os moradores precisam intensificar os cuidados com os possíveis criadouros do mosquito.

São Vicente registrou até esta sexta-feira (5), 146 casos de dengue e 147 de chikungunya, o que totaliza mais de 290 casos. Esse número pode ser ainda maior, já que mais de 900 pessoas ainda aguardam os resultados dos exames.


O Chefe do Departamento de Controle de Doenças Vetoriais (DECODOVE), da Secretaria de Saúde de São Vicente, Fabio Lopes, explica que a cada trimestre são realizadas amostragens de criadouros de mosquitos. O Índice de Bretreau (IB) é usado na avaliação da densidade larvária do Aedes aegypti e tem classificação satisfatória quando for menor que 1 ponto. De 1 a 4 pontos, a densidade de mosquitos já é suficiente para desencadear uma epidemia. Atualmente, a média da Cidade está em 10,6 pontos, o que acende um sinal de alerta. Bairros como o Jóquei Clube, Vila São Jorge, Vila Mello e Catiapoã estão com índica acima de 17 pontos.


O especialista conta que, a cada 10 casas vistoriadas, há uma média de 30 criadouros positivos para o Aedes Egypt, reforçando a necessidade de se combater a proliferação do mosquito.

“No mutirão do bairro Japuí, retiramos mais de 300 recipientes e entramos em quase 800 casas. Outras 1.200 casas recusaram a nossa visita ou estavam fechadas, o que também é outro problema”, explica Fabio Lopes.

Outro ponto é que não adianta combater o mosquito, hoje eles têm resistência a inseticidas, e a pulverização mata menos que 50% dos mosquitos adultos.


Agravamento com outras doenças – A questão do vírus da dengue se agrava no momento em que o Brasil passa por uma situação delicada, com a rede hospitalar sobrecarregada por outras doenças que estão em circulação no País, entre elas a Covid-19. E a dengue não diagnosticada e tratada corretamente, pode levar à morte, como aconteceu com o morador da Vila Margarida, a primeira vítima fatal da doença, registrada este ano.

Cuidados que devem ser tomados:

– Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso. Se forem destinados à reciclagem, guarde-os sempre em local coberto e abrigado da chuva.

– Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie- a completamente, não deixando poças d ‘água. Se tiver lagos, cascatas ou espelhos d ‘água, mantenha-os limpos ou crie peixes que se alimentem de larvas.

– Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana. Caso precise deles, guarde-os, sem água, em local coberto.

– Verifique se os ralos da casa não estão entupidos. Limpe-os pelo menos uma vez por semana e, se não estiver usando, deixe-os fechados.

– Guarde garrafas, baldes ou latas vazias de cabeça para baixo.

– Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida dos seus animais uma vez por semana.

– Retire a água da bandeja externa da geladeira pelo menos uma vez por semana. Lave a bandeja com sabão.

– Não deixe acumular água nos bebedouros

– Mantenha os pratos dos vasos de planta sem água. Deposite terra para ajudar a drenagem.

 

Sintomas – Dengue, zika e chikungunya são três infecções transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti. Elas possuem sintomas parecidos, mas algumas características podem ajudar a diferenciá-las.

Não existe tratamento específico para as infecções por estes vírus. A orientação do Ministério da Saúde é que, na presença de qualquer sintoma, o paciente procure a unidade de saúde mais próxima. Além disso, deve fazer repouso e ingerir bastante líquido durante os dias de manifestação de sintomas. Alguns medicamentos como ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios, podem aumentar complicações hemorrágicas, principalmente em caso de dengue. Por isso, ao apresentar os sintomas, a pessoa não deve se automedicar.


Dengue – Dores locais nos músculos, atrás dos olhos, costas, no abdômen ou ossos, febre, fadiga, mal-estar, perda de apetite, tremor ou suor.

Também é comum dor de cabeça, manchas avermelhadas ou náuseas.


Chikungunya – Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.


Zika – Febre, erupção cutânea, dor de cabeça, dor articular, conjuntivite (olhos vermelhos), dor muscular

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