Região

Profissionais da Saúde de Santos serão vacinados em suas unidades a partir de quinta

Iniciada nesta quarta-feira (20), a vacinação contra a covid-19 em Santos terá sequência quinta-feira (21), com aplicação em profissionais das redes pública e privada de saúde nas próprias unidades em que atuam. Serão imunizados, primeiramente, aqueles que trabalham nos prontos-socorros, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), nos Centros de Covid e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

As primeiras 9.560 unidades da Coronavac, que chegaram à Cidade na última terça-feira (19), contemplarão também 1,5 mil idosos que vivem em clínicas de repouso da Cidade, além dos cuidadores que trabalham nesses locais. Uma segunda dose ainda será agendada para esses públicos, em nova grade de vacinações.

Na cerimônia de início da imunização em Santos, o governador João Doria Júnior destacou o trabalho de atendimento médico prestado à população. “Devemos nossa homenagem aos profissionais de saúde dessa linha de frente, que salvam vidas em todo o Brasil. A eles destinamos hoje a vacina do Butantan”.

Para o prefeito Rogério Santos, “o momento é de felicidade e ao mesmo tempo de preocupação”, por conta da ameaça de uma segunda onda da covid-19. “É muita emoção podermos vacinar as pessoas que cuidam da gente e estaremos vigilantes, brigando contra a pandemia. Para isso, peço que a população se una. A máscara ainda é o melhor meio de prevenção, além do distanciamento e do álcool em gel”.

Já o secretário municipal de Saúde, Adriano Catapreta, entende que o início da imunização “foi um marco” no combate ao novo coronavírus na Cidade. Agora, ele espera dar sequência à campanha, que prevê duas aplicações em cada pessoa. “A segunda dose virá. Está garantida pelo governo do Estado”.

À cerimônia desta quarta-feira também compareceu a diretora de Projetos Estratégicos do Instituto Butantan, Cintia Lucci, nascida em Santos. “O contexto é muito triste, mas é uma emoção que vou guardar para o resto da vida, de ver o resultado desse trabalho para a comunidade onde vivi”, disse em relação à Coronavac. Ela também garantiu que a pandemia de covid-19 não afetará a campanha de imunização contra a gripe H1N1. “Estamos com 80 milhões de doses para serem entregues a partir de março. Mas não está havendo impacto, porque nos planejamos muito durante o ano passado inteiro, aumentando turnos e equipes”.

Além da enfermeira Almira Dias Marques, outras duas profissionais da saúde foram vacinadas nesta quarta-feira. Uma delas, a médica Lubyanka Ferreira Pereira, de 38 anos, trabalha há cinco anos na rede municipal de Santos e atende pacientes com covid-19 no Complexo dos Estivadores e no Hospital Vitória (de campanha). “Primeiramente, houve um medo, que todo ser humano tem, mas aprendemos que, trabalhando em equipe e sendo solidários, conseguimos dar o melhor de nós para os nossos pacientes”.

Por precaução, durante o período mais crítico da pandemia, ela chegou a se distanciar da família. “Fiz o isolamento em casa. Meus familiares saíram. Por uns cinco meses, fiquei longe dos meus dois filhos pequenos e do meu esposo” recorda, apostando nas respostas da ciência para controle da doença. “A vacina é o que temos de evidência para a prevenção. Essa é a nossa esperança. Vamos vencer essa batalha”.

A outra pessoa vacinada foi a enfermeira Larissa Simões Lima, de 23 anos, que trabalha em UTIs Covid. “A palavra que define esse momento é ‘gratidão’. Só nós sabemos o que passamos com os pacientes e as nossas famílias”, comentou, mencionando casos de falecimento e a esperança de imunização da população. “Fui contaminada em abril. Perdi um tio em julho e outro em dezembro. Quem viveu isso sabe o quanto é importante essa vacina”.

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