Região

Bairro José Menino completa 61 anos com intenso desenvolvimento econômico

Você já ouviu aquela expressão: “Só vou fazer tal coisa quando José Menino virar homem”? Pois é, e não é que José Menino não só cresceu como se tornou um bairro ‘idoso’? Localizado na divisa entre os limites com São Vicente e a Avenida Pinheiro Machado, entre a Rua Alfredo Ximenes e a avenida da praia, o local completa 61 anos neste domingo (17), marcado por uma história que começa em meados de 1700 e que, hoje, contrasta com um acelerado e intenso desenvolvimento econômico.

Tudo começou com José Honório Bueno, nascido em 1766, que era ourives e se destacava em trabalhos para as igrejas e famílias abastadas da região. Com o passar dos anos, ele se tornou produtor agrícola e investiu em terras. José Menino era o apelido dele, conhecido por ser um homem grande e muito brincalhão. Por volta de 1800, José Honório – ou José Menino – se tornou proprietário de uma gleba enorme de terras, que ia da Av. Conselheiro Nébias até a divisa com São Vicente e da orla da praia até o Jabaquara.

A área ficou conhecida como José Menino. E, mais tarde, estas terras foram divididas e comercializadas até que parte delas se transformou no que hoje é o bairro que leva o nome dele. José Honório faleceu em 9 de outubro de 1854, aos 88 anos.

O historiador Sérgio Willians, criador do site Memória Santista, explica que, na época em que não havia aviação comercial, a areia da praia do José Menino servia de pista. “Como a areia de Santos é dura, ali havia muito voo com pouso natural. Era normal assistir aos aviões chegando e saindo. Hoje ninguém imagina que isso aconteceu”.

Além deste fato curioso, Sérgio conta que o Hotel Internacional, o primeiro a ser construído na orla da praia – e que ficava à Rua Santa Catarina – foi onde Monteiro Lobato passou a lua de mel com a esposa. “Eles ficaram hospedados lá, mas, quando foram se banhar na praia, acabaram atacados por águas vivas e voltaram mais cedo para casa, cancelando parte das comemorações de casamento”.

Outra curiosidade é que o bairro abriga o primeiro trecho de jardim de orla, entregue em 1936, a Usina de Saneamento da Cidade, inaugurada em 1912 e onde hoje fica a Estação de Pré-condicionamento da Sabesp (atrás do Orquidário). Além de abrigar o templo da Paróquia Anglicana de Todos os Santos (de 1918), em estilo neogótico inglês, com vitrais dos patronos das Ilhas Britânicas e de arquitetura única no Estado de São Paulo (muito procurada por turistas), além do Santos Athletic Club, mais conhecido como o “Clube dos ingleses” (fundado em 1889) e, por fim, um dos maiores destaques é o Orquidário, que completa 75 anos e é um parque Zoobotânico onde se pode entrar em contato com a fauna e flora da Mata Atlântica.

Atualmente, o bairro vive um intenso desenvolvimento econômico, somando 8.670 imóveis residenciais, cinco hotéis/pousadas, 30 bares e restaurantes, duas escolas públicas (a UME Irmão José Genésio e UME Padre Lúcio Floro), o Parque Municipal Roberto Mário Santini (que conta com Museu do Surf e Escola adaptada de Surf), além de Centro de Atenção Psicossocial e uma policlínica.

Para o gerente do Empório José Menino (que recebeu, recentemente, um grande investimento em expansão e melhoria), Abel Miguel Filho, esse crescimento acompanha uma vocação do bairro. “O bairro recebeu prédios novos, muita gente de fora que veio morar, então havia a necessidade de um comércio com este padrão. O público gostou muito e para nós, que estamos há 40 anos aqui, foi ótimo. Seu Agostinho, o proprietário, ficou muito satisfeito. Ele se identifica com o bairro”.

“Eu moro aqui há 20 anos e pra mim o bairro não tem defeito. Tudo é perto, fácil de resolver. Faço tudo a pé”, declarou Maria Amparo Silva, aposentada.

Jucileide Alves da Silva, autônoma, destaca que o bairro tem tudo o que precisa. “Eu moro desde 1993 no bairro e gosto muito. Não falta nada aqui. Tem supermercado, tem tudo perto”.

“Moro desde 1962 aqui e me identifiquei. A família toda mora aqui e ninguém pensa em sair. O que eu mais gosto é do parque do Emissário Submarino e da praia mesmo. O bairro tem evoluído muito de uns anos pra cá”, afirmou José Pereira dos Santos, aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *